quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

FOR YOUR BABIES



Essa musica me traz tantas recordações da minha bem vivida adolescência que, quando a ouço, tenho a impressão que meu peito vai explodir de emoção. Me lembro da inocência da época, das paixões puras e desinteressadas, das amizades sinceras, da honestidade dos olhares. Lembro-me de como foi acreditar, por um período que fosse, que a vida seria perfeita, que o príncipe chegaria em um cavalo branco, que as amizades durariam para sempre, que as pessoas que me rodeavam seriam sempre perfeitas... Lembro-me das voltas incessantes na avenida, das domingueiras no Ica, dos carnavais de muita folia, do cheiro de material escolar recém comprado, das cartas que escrevia e recebia, dos bilhetes em sala de aula, dos verões no ginásio vendo os jogos santacruzenses, de fumar escondido, matar aula pra ir na pracinha, das enquetes que vinham em cadernos e sempre acabavam com a pergunta: o que você acha da dona desse caderno?, das letras de músicas internacionais em folhas do Fisk, batalhadas com muito esforço por que eu não era aluna, de amigos que se foram para sempre, mas deixaram sua marca em minha existência, do coração batendo ao toque da mão desejada, do sabor do beijo por tanto tempo ansiado, dos bailinhos em casa de amigos, quando a vassoura se divertia rodando de mão em mão durante a canção, das bicotas roubadas, dos planos para o futuro, da banda Chegad´s, das vizinhas inseparáveis, dos dramas dos amores não correspondidos, da felicidade ensaiada... Tenho comigo uma certeza de que tudo isso ainda existe a medida em que nos lembramos disso. Há momentos em que me pego pensando nesses tempos e são nesses momentos que tenho uma vontade incontrolável de ligar para cada um de meus amigos daquela época e dizer que ainda penso neles, que sim, me lembro do que vivemos e essas lembranças me inundam de nostalgia às vezes... De dizer que ainda tenho suas cartas (sim, Ju, Patrícia, Silvinha, e Elaine, as do futuro também, me mato de rir com nossas previsões), que quando tenho um tempinho dou uma olhada nelas e me lembro de tudo aquilo... Thelma, o seu número de cartas supera o de todas as outras.

Enfim, a saudade só existe quando vivemos algo intensamente. E faz bem ao coração relembrar, é bom visitar o passado para recordar como nos tornamos quem somos hoje.

2 comentários:

Thelma Yeda disse...

Eu sinto isso tudo tbm, com outras músicas. E qdo estou muito ansiosa e não consigo relaxar para dormir, me concentro nessas lembranças. Faço força para lembrar do cheiro do verão da adolescência, das chuvas de dezembro em férias. E fica tudo bem. De algum modo, eu sempre imagino que, quando me for, será para esse lugar de doces lembranças. Beijos no seu coração! (as folhas do Fisk eram mesmo ótimas!! rsrs)

Alexandre Simão disse...

Que gostoso de ler...